Outsourcing e proteção de dados: cinco estratégias que toda empresa de tecnologia precisa considerar
Nos últimos anos, o modelo de trabalho em outsourcing tem ganhando cada vez mais defensores…
Nos dias de hoje a informação pode ser vista como um bem básico, assim como a eletricidade, sem ela inúmeros negócios simplesmente não conseguiriam operar. Infelizmente, no mundo em que vivemos, a informação é muito mais vulnerável do que outros bens, é muito improvável que ações de um adolescente revoltado de um outro continente possam afetar o suprimento energético de uma organização. O mesmo não pode ser dito quanto a disponibilidade, integridade e confidencialidade dos recursos de informação. Faz-se necessário que a organização garanta a continuidade desses recursos através da proteção desses ativos de informação.
A segurança da informação consiste de vários processos visando garantir esta proteção, e alguns destes, uma vasta quantidade, são dependentes do comportamento cooperativo de pessoas. Colaboradores, seja de forma intencional ou por negligência, comumente devido à falta de conhecimento, são as maiores ameaças à segurança da informação. Sem o nível adequado de cooperação e conhecimento, muitas técnicas de segurança ficam sujeitas ao mau uso ou interpretação equivocada, resultando em medidas adequadas de segurança se tornando inadequadas. Assim, a estratégia de segurança da informação de uma empresa deve endereçar este “fator humano”.
O estabelecimento de uma cultura de segurança da informação é necessário para uma segurança efetiva da informação, onde a organização consiga compreender os colaboradores mais como um ativo de segurança do que um risco. Para entendermos essa cultura de segurança, tentaremos compreender um pouco sobre cultura corporativa.
A cultura corporativa pode se traduzir no “jeito como as coisas são feitas” em uma organização, são os valores e crenças compartilhadas pelas pessoas. A cultura pode ser entendida como a soma de todas as premissas compartilhadas, tomadas como certas, que um determinado grupo aprendeu ao longo do tempo e que direcionam as atividades dentro de uma organização. Entretanto, uma melhor forma para pensarmos em cultura é analisar os diferentes níveis nos quais ela existe:
A cultura corporativa de qualquer organização é o resultado destes três níveis. Ao seu nível mais básico e mais difícil de quantificar, os membros da organização compartilham certas crenças e valores, tais pressupostos compartilhados atuam como um tipo de filtro, afetando como os indivíduos executam suas atividades diárias. Isso também influência como esses indivíduos interpretam as políticas e como os procedimentos são implementados. Essas políticas fazem parte dos valores defendidos da organização, podendo ser vistos como uma contribuição visível da alta gestão para a cultura da empresa. Estes valores defendidos atuam, até um certo ponto, como um direcionamento cultural, mas a interpretação dessa direção é extremamente dependente dos pressupostos tácitos compartilhados.
Para a Segurança da Informação, estes três níveis se aproximam muito aos aspectos comportamentais do fator humano, sendo este composto de duas dimensões, conhecimento e comportamento. Devido a codependência destes fatores torna-se impossível de se ignorar o impacto que a falta de conhecimentos relacionados à segurança da informação teria em uma subcultura organizacional de segurança da informação.
De
forma simples, a cultura de segurança da informação pode ser entendida
como o conjunto de valores, crenças e conhecimentos existentes em uma
organização que levam, direcionam e guiam as pessoas para performarem
suas atividades de uma forma segura.
Em
definições comuns de cultura organizacional os conhecimentos
relacionados à um trabalho específico são geralmente ignorados, pois se
assume que o colaborador tem os conhecimentos necessários para a
execução do seu trabalho. No caso de Segurança da Informação, o
conhecimento requisitado não é necessariamente preciso para desempenhar o
trabalho “normal” do colaborador. Geralmente, este conhecimento só é um
requisito quando é necessário desempenhar o trabalho “normal” do
colaborador de uma forma que seja consistente com boas práticas da
segurança da informação. Para fundamentar esse tipo de cultura faz-se
necessário a seguinte premissa:
Não se pode assumir que o colaborador normal possua o conhecimento necessário para desempenhar seu trabalho de forma segura.
Assim, para que uma organização tente nutrir uma subcultura de segurança da informação, faz-se necessário a existência de conhecimento em um nível adequado para que qualquer atividade seja desempenhada de uma forma consistente e condizente com as boas práticas de segurança da informação. Desta forma, este conhecimento ou a falta dele pode ser visto como o quarto nível de uma cultura de segurança da informação que afetará os demais níveis. Por exemplo:
Em uma cultura de segurança da informação, o conhecimento fundamenta e suporta todos os níveis da cultura organizacional. Sem o conhecimento adequado, a segurança da informação não pode ser garantida. A codependência entre os três níveis normais de uma cultura de segurança da informação e o conhecimento, seu quarto nível, implica que cada um destes quatro níveis terão um impacto no quão “seguro” a cultura geral de segurança de informação será.
Matheus Kozuki é granduando em Engenharia de Software pela UniCesumar. Faz parte da equipe de Qualidade da DB1 Global Software, atuando como Analista de Segurança da Informação. Se interessa por infosec, cybersecurity, ilustrações e animações.
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