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Como construir produtos melhores gastando pouco em menos tempo
O protótipo é uma das principais ferramentas para a construção e validação de uma hipótese de produto. Isso mesmo, ferramenta.
Em nossa área de desenvolvimento de software existe uma certa confusão quanto às definições de “layout” e “protótipo”. Segundo Robin Williams em seu livro Design Para Quem Não é Designer, layout “é a forma de disposição dos itens de informação em uma janela, caixa de diálogo ou de mensagem, ou seja, é o arranjo de todos os aspectos da sua interface dispostos em uma tela”, enquanto o protótipo é uma materialização de uma ideia, algo feito pela primeira vez para ser experimentado.
Fazendo um paralelo com outra indústria, podemos citar um protótipo bem conhecido como o 14 Bis, que ficamos felizes de ter iterado e evoluído para os aviões de hoje. Mas perceba que apesar de simplória, a proposta inicial foi reduzida ao máximo para validar a hipótese de que o homem poderia um dia voar.
Diante disso, é seguro afirmar que prototipar diz muito respeito à função e pouco à forma. A ideia é materializar rápido, gastando pouco, pois não sabemos se vai dar certo. Se na validação percebermos que deu certo, é hora de incrementar e evoluir; se deu errado, hora de planejar novamente, sem o peso de ter desperdiçado tempo e dinheiro sem necessidade.
Obviamente, cada etapa do processo de ideação exige um determinado nível de refinamento. O que queremos aqui é comunicar a ideia que estamos gerando. Para isso, a escolha do nível de fidelidade diz respeito a quem você quer apresentar este protótipo.
Normalmente, em uma sessão de ideação, precisamos gerar muitas soluções e comunicá-las à equipe, portanto, com lápis e papel na mão, desenhamos nossa solução quase tão rapidamente quanto as ideias vêm em nossa cabeça, sem preocupação com o visual, sendo bem superficial mesmo.
Neste nível passamos a nos preocupar um pouco mais com as informações que queremos incluir, fluxos, tipos de interação, pois a ideia é validar com as partes interessadas (clientes e talvez até usuários finais) se a interface atende às suas necessidades enquanto solução, com pouco foco em questões visuais que podem roubar sua atenção para fatores pouco importantes para o negócio. Isso facilitará as alterações que provavelmente ainda virão em grande número, por ser um artefato importante na tomada de decisão do projeto.
É importante apontar aqui a necessidade de conhecer um pouco mais a fundo o contexto de uso e o seu usuário final, já que é pra ele que estamos fazendo, concorda?
A partir de um protótipo de baixa ou média fidelidade já é possível evoluir para o de alta, e agora sim seu protótipo se aproxima mais e mais do resultado final.
Essa é a hora de se preocupar com cores, hierarquia visual, tipografia e outros aspectos visuais mais sofisticados, pois presume-se que você já reuniu aprendizados o suficiente em relação ao produto e não precisará mais de tantas alterações que com certeza tomarão muito tempo.
Mas como começar? O que é preciso saber antes de sair desenhando telas?
Como UX designer, posso afirmar que uma excelente abordagem é entender ao máximo o cliente final e os requisitos de negócio, para então fazer uma mescla de objetivos que devem ser alcançados para ambos.
Se você é uma pessoa que gosta de listas, aqui vai uma com 8 princípios de prototipagem levantados no livro Prototyping: A Practitioner’s Guide de Todd Zaki Warfel:
Essa é a parte mais crítica. Conhecer sobre quem vai utilizar de fato a interface, o contexto de uso e o objetivo do usuário final, guiará o processo determinando o que você precisará no protótipo e o nível de fidelidade correto, escolhendo a melhor ferramenta para o momento e alinhando as expectativas do resultado final.
Software e negócios mudam com muita frequência. Planejar só o necessário e prototipar o restante possibilita que trabalhemos de forma iterativa e incremental sempre se adaptando a esse ambiente de melhoria contínua.
Basicamente, guiar a atenção e o foco da equipe do projeto para o resultado que desejam alcançar, como por exemplo aumentar a lucratividade do produto através de uma melhoria ou de uma nova funcionalidade
Não é necessário ser um artista para transmitir sua ideia de forma visual. Muitas vezes é mais fácil e rápido desenhar no papel como um apoio para sua explicação e colocar todos na mesma página.
Por natureza, um protótipo é incompleto. Não precisa ser perfeito. Na verdade o simples fato de estar inacabado incentiva os participantes do desenvolvimento da solução a dar feedback e torná-lo cada vez mais interessante.
Alguns protótipos podem ser bastante sofisticados dependendo do propósito. Tanto faz se é feito em HTML ou PowerPoint, desde que as pessoas envolvidas entendam o que a sua ideia faz.
Não é necessário, muitas vezes nem viável, desenhar um sistema inteiro para testar uma hipótese. Foque no problema que você quer resolver.
Lembre-se que o propósito é economizar recurso e tempo no desenvolvimento de uma solução que você nem sabe se dará certo. Se for constatado que é o caminho certo, avance para o refinamento e finalização da ideia. Mas se notar que está no caminho errado, comemore por ter poupado tempo, esforço e dinheiro.
Deixo aqui uma lista com as principais ferramentas disponíveis no mercado (sem nenhuma ordem específica) e você mesmo poderá avaliar e escolher a que melhor se encaixa na sua necessidade. Coloquei uma dica do nível de fidelidade que você conseguirá alcançar.
A melhor ferramenta é a que você tem ao seu alcance e a que te proporciona mais agilidade. Começando pelo lápis e papel para depois avançar nas inúmeras ferramentas digitais que te ajudarão a refinar, validar e testar seu protótipo.
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