Para a educação de amanhã não ser como a de ontem, inovemos.
Infelizmente, a ideia de inovação foi vulgarizada. Essa palavra foi esgarçada por discursos mercadológicos, por afirmações sem o devido estudo e pesquisa, e por velhas práticas que buscam se reafirmar com “novas” roupagens.
Uma das áreas que mais sofre com isso é a educação, especialmente a educação online. É preciso retomar o sentido mais nobre de inovação. Por exemplo, quando nos deparamos com uma prática de sala de aula que desejamos reproduzir no meio digital, não estamos diante de uma intenção que leva a inovação, mas sim à iteração.
Inovação na educação envolve didática, não só tecnologia
“Melhorar” uma prática didática e reproduzi-la usando uma tecnologia supostamente mais interativa é, na melhor das hipóteses, iteração. Por exemplo, certa vez acompanhei uma atividade elaborada no formato de quiz, usando lousa eletrônica e uma plataforma online que permitia que os alunos respondessem o quis em seus celulares em formato de competição, exibindo as pontuações e o ranking deles em tempo real. Os alunos rápida e profundamente se engajaram na atividade. Estavam eufóricos para participar. Mas apesar da euforia e do engajamento, foi difícil apontar de que forma a atividade tenha de fato contribuído para a aprendizagem de algo. Atualmente, é verdade que disputamos a atenção e interesse dos alunos para poder dar uma boa aula e a aprendizagem se torna muito difícil sem esses elementos: atenção e interesse. Mas em algum momento acho que nos perdemos nessa disputa, porque aparentemente muitos de nós simplesmente pressupõem que basta entreter, chamar a atenção, e manter os alunos ocupados para que eles aprendam. Como ter a atenção e o interesse dos alunos tornou-se um grande desafio, muitos de nós quase que sem querer passamos a atuar como se esse fosse o único ou mais importante desafio. E assim matamos possibilidades de inovar. Usamos recursos tecnológicos que chamem a atenção, por suas maravilhas “interativas”, e então aplicamos uma didática do nosso baú.